sexta-feira, 25 de abril de 2014

Bezerra de Menezes teria sido eleitoreiro e temperamental


A fama do médico e deputado Adolfo Bezerra de Menezes como alma mansa, bondosa e quase angelical, feito quase que à semelhança do mais tenro Papai Noel das fantasias infantis, foi um mito construído há décadas pela FEB e que goza de aparente unanimidade por parte dos chamados "espíritas".

No entanto, esse mito tem muito mais de fantasioso do que a imagem real de Bezerra de Menezes, que esteve muito longe de ter sido o que sua mitificação produziu para a posteridade. E não se trata de uma constatação caluniosa, pedante ou anti-espírita, mas uma constatação feita por quem conheceu quem viveu os bastidores das politicagens "espíritas" da FEB.

Quem desmitifica o médico cearense é o engenheiro e professor universitário Carlos Imbassahy Filho. Pelo nome, é filho do já falecido advogado e jornalista que, ao lado de Herculano Pires e Deolindo Amorim (este pai do jornalista Paulo Henrique Amorim), tentaram lutar contra as violentas deturpações e fraudes praticadas pelos líderes do dito "espiritismo" brasileiro.

Portanto, Carlos Imbassahy Filho, hoje com 83 anos e tendo sido já crescido quando seu pai e seus parceiros foram testemunhar as reuniões do Pacto Áureo - que reafirmaram os princípios espiritólicos da FEB - , até pelo convívio com o pai conheceu os conflitos e perseguições que a FEB provocou através de seus procedimentos.

Com indignação de quem não aceita a mentira se propagar na posteridade como verdade indiscutível, Imbassahy Filho contesta severamente a imagem melíflua que hoje muitos guardam de Bezerra de Menezes, numa mitificação de níveis bastante infantis e fabulosos, tamanha a pieguice em torno da imagem trabalhada do médico e dirigente espiritólico.

Segundo Imbassahy Filho, Bezerra de Menezes era um político demagogo quanto qualquer outro, de perfil "fisiológico" - ou seja, trabalha a vida política visando obter privilégios e vantagens pessoais - e cuja generosidade não iria além das intenções eleitoreiras.

Além disso, Imbassahy Filho, com base em depoimento dado por um ex-funcionário da FEB expulso por divergir de suas diretrizes, Bezerra de Menezes teria tido, na verdade, um gênio irascível. Em outras palavras, o ex-funcionário definiu o médico como temperamental, que se irrita com facilidade, que não aceita ser contrariado.

Um ponto que pesa a desfavor de Bezerra de Menezes é que ele, além de católico fervoroso, preferiu seguir as teses do livro Os Quatro Evangelhos, de Jean-Baptiste Roustaing, em vez dos livros de Allan Kardec, e incluir a obra roustanguista como uma das cláusulas pétreas da Federação "Espírita" Brasileira.

Só o fato de Bezerra ter preferido um livro delirante como o de Roustaing, em vez das lições criteriosas de Allan Kardec, já tira do médico o título de "Kardec brasileiro". Antes Bezerra de Menezes tivesse sido o "Roustaing brasileiro", já que ele defendia com entusiasmo a obra desse advogado francês que deturpou as lições de Kardec a ponto de ver no professor lionês um desafeto.

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