sábado, 23 de novembro de 2013

Imagem de demônio apresenta semelhanças com "espírito" Emmanuel


Coincidência ou não, uma irônica curiosidade pode causar espanto nos espiritólicos. Na busca do Google, procurando a palavra-chave "demônio", chegou-se à imagem que aqui se vê à direita, que apresenta traços idênticos com a imagem atribuída ao "espírito" Emmanuel, posta ao lado para comparação.

Emmanuel teria sido o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, português que atuou no período do Brasil colonial e que teria tido uma personalidade autoritária, escravista, machista e racista, tendo sido educado num catolicismo que, na Portugal do século XVI, ainda guardava valores e métodos medievais, inclusive com punições cruéis a hereges.

Emmanuel é oficialmente conhecido, na doutrina espiritólica, como o "orientador" do médium Chico Xavier, tendo expresso nesta experiência a mesma índole autoritária e a mesma habilidade "aculturadora" que "Ermano Manuel", como era conhecido o padre jesuíta, havia feito com os indígenas.

Como Nóbrega, Emmanuel procurava se apropriar da cultura do "outro" para inserir nela os seus valores, como um meio sutil e gradual para destruir valores culturais alheios e impor neles os valores do velho catolicismo medieval, extremamente místico, punitivo e ritualista.

O "iluminado orientador" do médium mineiro também havia utilizado o mesmo método, de se apropriar de uma doutrina alheia, no caso da Doutrina Espírita lançada pelo pedagogo francês Allan Kardec, para nela inserir ritos, valores e procedimentos do catolicismo medieval e enfraquecer e eliminar, aos poucos, as lições de cunho científico, filosófico e moral do professor de Lyon.

A aparência "demoníaca" até faz sentido, se percebermos o que o livro As Vidas de Chico Xavier,  escrito por Marcelo Souto Maior e publicado pela Editora Planeta em 2003, publicou uma sombria passagem, na página 190. Nota-se que Souto Maior foi escalado para fazer a biografia oficial do médium mineiro e que o autor nutre alguma simpatia por este.

O diálogo abaixo se deu quando Chico Xavier, doente e muito cansado, pediu para seu "orientador" para encerrar as atividades mediúnicas e os compromissos com seu público.

  - Devo trabalhar na recepção de mensagens e livros até o fim da minha vida atual?
  - Sim, não temos outra alternativa.
    O autor dos cem livros insistiu.
  - E se eu não quiser? A doutrina espírita ensina que somos portadores do livre-arbítrio para decidir sobre nossos próprios caminhos.

    Emmanuel sorriu e deu o veredito:

- A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que me reporto, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao cristianismo redivivo terão autoridade para TIRAR VOCÊ DE SEU ATUAL CORPO FÍSICO.


Sim, isso mesmo. É como se, numa linguagem mais ou menos rude, Emmanuel tivesse dito "Se você não fizer o que eu mando, vai acordar com a boca formigando em calda". O que destoa completamente de qualquer conduta de espíritos desencarnados que seriam considerados "superiores".

Segundo a verdadeira Doutrina Espírita, com base nas lições originais de Kardec, o espírito superior não é autoritário. Ele não dá ordens, apenas, quando muito, dá bons conselhos necessários ao desenvolvimento da prudência e de outras habilidades de quem está encarnado.

Além do mais, um espírito superior não faz ameaças, compreende as limitações físicas do encarnado e respeita. O respeito aos direitos humanos de repouso ou mesmo do encerramento de atividades quando as condições físicas não permitirem mais é que é uma atitude superior, não o autoritarismo de quem exige "disciplina, disciplina e disciplina" para os outros e não para si.

Portanto, já a partir do suposto "espírito-guia" do "espiritismo à brasileira", a suposta "doutrina espírita" promovida pela FEB (a federação roustainguista do Brasil) tem seu mérito totalmente comprometido. E que o "superior" Emmanuel, na verdade, não teria sido muito diferente do "Demonuel" encontrado na busca do Google.

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