sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
Divaldo Franco manifestou posições reacionárias em "congresso espírita" de Goiânia
Reproduzimos o depoimento do "médium" Divaldo Pereira Franco, durante o 3º Congresso Espírita (sic) de Goiânia, no qual ele e o juiz e "palestrante espírita" Haroldo Dias Dutra - que trabalha no Tribunal de Justiça de Minas Gerais - foram os principais convidados.
O depoimento é chocante, para aqueles que viam em Divaldo a figura melíflua e progressista que ele nunca foi, e comprovam os avisos, de quatro décadas atrás, do autêntico espírita Herculano Pires sobre a "carreira sombria" do anti-médium baiano, suposto líder pacifista que acha que um simples malabarismo de palavras rebuscadas fosse capaz de encerrar as guerras na Terra.
O depoimento abaixo, comparável ao que o próprio Francisco Cândido Xavier deu ao programa Pinga Fogo - a propósito, o programa é citado, jocosamente, por uma pessoa no congresso de Goiânia - em 1971, é de uma sinceridade que não pode ser revertida pelo wishful thinking que muitos deslumbrados até pouco tempo mantinham.
Vale lembrar que não se pode fazer "Fla X Flu" entre Chico Xavier e Divaldo Franco, porque ambos sempre foram figuras conservadoras e até reacionárias. Não há como dizer que um era reacionário e outro, progressista. Não há como uns dizerem "ah, mas Chico Xavier pelo menos não diria isso" ou, vendo o Pinga Fogo, "ah, mas pelo menos Divaldo, mais intelectual, seria progressista". Sem essa!
Lembremos que Chico Xavier também havia sido homofóbico, pois em 1969 ele havia comentado sobre o homossexualismo e atribuiu a essa postura humana um estado de "confusão mental". Recentemente, o "Correio Espírita", de Niterói, também adotou uma postura homofóbica, alegando que Deus ofereceu as condições biológicas para determinada sexualidade.
O depoimento está todo reproduzido abaixo, com um eventual deslize de concordância e pequenos equívocos de linguagem, e parêntesis indicando o momento em que Divaldo foi aplaudido por suas posturas. Ele adota posturas firmemente homofóbicas, reprova radicalmente o "aborto" e elogia o juiz Sérgio Moro, de práticas juridicamente duvidosas e feitas ao arrepio do Direito em geral e da Constituição em especial.
Na ocasião, um jovem chamado Fernando, de 18 anos, perguntou a Divaldo Franco a respeito de ideologia de gênero. Depois da pergunta, alguém citou, rindo, a palavra "Pinga Fogo", talvez aludindo ao programa em que Chico Xavier expressava seu conservadorismo ideológico.
É bom lembrar que os "espíritas" são muito mais explícitos no seu conservadorismo do que as seitas neopentecostais, embora ambos rejeitem com igual radicalismo o aborto e a ideologia de gênero. Divaldo encerra seu depoimento de maneira grosseiramente irônica, apelando para o francês "jamais" (pronunciado "jamé").
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DEPOIMENTO DE DIVALDO PEREIRA FRANCO SOBRE IDEOLOGIA DE GÊNERO E SÉRGIO MORO
Congresso Espírita (sic) de Goiás, 13 de fevereiro de 2018, em Goiânia
Fernando, 18 - O que dizer sobre a ideologia de gênero?
Eu diria em frase muito breve, que é um momento de alucinação psicológica da sociedade. (Aplausos) Em uma entrevista que recomendamos, Iraci Campos, do Centro Espírita (sic) Joana de Ângelis, na Barra da Tijuca, entrevistou um nosso aluno a esse respeito, e as respostas como as perguntas, muito bem elaboradas, propiciaram a Haroldo (Dutra Dias) a abordar a questão no ponto de vista legal, moral, espírita e social. Vale a pena, portanto, procurar na Internet, esse encontro de Iraci Campos com Haroldo Dutra. Haroldo disse em síntese, eu peço licença a ele, que se trata de um momento muito grave da cultura social da Terra, e que é naturalmente algo que deveremos examinar em profundidade, mesmo porque nós vamos olhar a criança, graças à sua anatomia, como sendo o tipo ideal. E a criança, nesse período, não tem discernimento sobre o sexo. A tese é profundamente comunista. E ela foi lançada por Marx sob outras condições, que a melhor maneira de submeter um povo não é escravizá-lo economicamente, era escravizá-lo moralmente. Como nós vemos, através de vários recursos que vêm sido aplicado no Brasil nos últimos nove anos, dez, em que o poder central tem feito todo o esforço para tornar-se o padrão de uma sociedade em plena miséria, econômica e moral, porque os exemplos de algumas dessas personalidades são tão aviltante e tão agressivo (sic) que se constítuíram legais, e, porém, nunca morais. Todas essas manifestações que estamos vendo graças à República de Curitiba, cujo presidente é o dr. Moro (aplausos), e deve ser o desnudar da hipocrisia e da criminalidade. Aliás, o Evangelho recomenda que não deveremos provocar escândalo, e o nosso venerando juiz não provocou escândalo, atendeu a uma denúncia muito singela e no entanto levantou o véu que ocultava crimes hediondos, profundos, desvio de dinheiro que poderia acabar no Brasil com a tuberculose, com as enfermidades que vêm atacando recentemente, poderia educar toda a população e dar-lhe o que nossa Constituição exige, trabalho, repouso, dignidade, cidadania. Mas determinados comportamentos de alguns do passado muito próximo estabeleceram o marxismo disfarçado e a corrupção sob qualquer aspecto como princípio ético. A teoria de gênero é para criar, na criança, no futuro cidadão, a ausência de qualquer princípio moral. Uma criança não sabe discernir, somente tem curiosidade. No mesmo banheiro, um menino e uma menina irão olhar-se biologicamente, sorrir e perguntar o de que se tratava aquele aparelho genésico, que é desconhecido. Então nós defendemos repudiar de imediato e apelar para aqueles em quem nós votamos e somos responsáveis e gritar para eles que somos contra, totalmente contra, essa imoralidade ímpar. (aplausos) Vão me perdoar uma blasfêmia, agora, para adultos. Os espíritas somos muito omissos. No nome falso e na capa da humildade, achamos que tudo está bem, mas nem tudo está bem. É necessário que nós tenhamos vós. O apóstolo Paulo jamais silenciou ante o crime e a imoralidade, e Jesus, muito menos. Ele deu a César o que era de César, mas não deixou de dar a Deus o que é de Deus. Muitas aberrações nós silenciamos. Afinal, disfarçadamente, vivemos numa república democrática, e os nossos representantes lá chegaram pelo nosso voto. Já está na hora de acabar de votar por uma alpercata japonesa, já está na hora de deixar de votar por causa do emprego que vai dar ao nosso filho, pensarmos na comunidade, numa comunidade justa não faltará emprego para todos, uma sociedade justa, de homens de bem, de mulheres dignas, naturalmente estabelecerá as leis de justiça e de equidade, então nós evitaremos essas aberrações, o aborto provocado, esse crime hediondo, que está sendo tentado tornar-se legal, por mais que seja legal, nunca será moral. Nós somos contra quem aborta por essa ou aquela razão, falamos, em tese, matar é crime, seja qual for a aparente justificativa. E agora, com a tese de gênero, estamos indiferentes e, de momento para outro pela madrugada, os nossos dignos representantes adotam. Falávamos ontem a respeito de cartilhas do Ministério da Educação, depravadas, para corromper as crianças, e que as escolas estão demovendo ao Ministério. Que Ministério da Educação é esse, que estabelece fatos (aplausos) de uma indignidade muito grande. Os pais devem vigiar os livros dos seus filhos, e naturalmente recusarem. Nós temos o direito de recusar. Nós temos o dever de recusar. Vítor Hugo hoje, já nos falava há mais de 150 anos, "o grande pecado é a omissão". E Kardec nos falou que não era nobre apenas o fazer o mal, porque não fazer o bem é um crime muito grande. Então precisamos ser mais audaciosos, espíritas, definidos, termos opinião. A Doutrina nos ensina e, para os jovens, eu direi que há uma ética: liberdade. O sexo é livre. Livre-se (?). Mas ele não tem a liberdade de indignificar a sociedade. Poderemos, sim, exercer o sexo, é uma função do corpo e também da alma, mas com respeito e com a presença do amor. Portanto, à teoria de gênero, 'jamais'".
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