quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

"Centros espíritas" de Salvador podem afastar até pessoas afins da vida amorosa


Sendo uma doutrina deturpada e marcada pela desonestidade ideológica - a alegada "fidelidade" aos postulados de Allan Kardec não procede, diante de tantas práticas e crenças igrejistas, além de irregularidades na aparente mediunidade - , o "espiritismo" brasileiro é uma fonte de energias maléficas que as paixões terrenas da religião não conseguem disfarçar.

Recebemos reclamações de rapazes que fizeram tratamentos espirituais em dois "centros espíritas" de Salvador, o "Paulo e Estêvão", situado em Amaralina, e o "Bezerra de Menezes" (antigo Núcleo Assistencial Cavaleiros da Luz) e localizado no Uruguai. Note-se que ambos os "centros" se situam em áreas bastante perigosas da capital baiana.

Três rapazes amigos - um deles nos enviou e-mail contando o caso - , em suas vidas particulares, estavam se relacionando com moças com as quais tinham muita afinidade pessoal, e tinham uma vida profissional em ascensão. Eles recorreram aos "centros espíritas" em busca de fortalecimento e proteção pessoal, e obedeceram a todas as recomendações para enfrentar tratamentos espirituais.

De repente, num espaço de seis meses, tudo começou a desandar. Dois deles perderam o emprego, e tiveram dificuldade de encontrar uma ocupação, e um deles foi aconselhado por mais de uma pessoa a trabalhar numa empresa acusada de corrupção, mas considerada "prestigiada" pela a cada dia menos confiável grande imprensa. Dos outros dois, um (autor do e-mail) foi vítima de um sério caso de cyberbullying na Internet por causa de uma pequena discordância que irritou um valentão.

Mas a situação só se tornou pior. Uma das garotas com a qual um dos rapazes mantinha contato permanente na universidade, sumiu sem qualquer aviso. A garota do rapaz que foi aconselhado a trabalhar numa empresa corrupta se casou com outro homem, depois de quatro meses de sumiço. A do outro rapaz, vítima de cyberbullying, morreu num acidente de carro no feriado da Semana Santa.

A vida dos rapazes, que prometia ser digna e satisfatória, sem luxos mas com muita dignidade, se reverteu para oportunidades de valor muito duvidoso. O rapaz que foi vítima de cyberbullying e perdeu a pretendente só recebeu uma proposta de emprego num jornal comunitário, cujo editor recebia ameaças de bandidos que dominavam uma comunidade.

Os tratamentos eram feitos nos dois "centros". Os dois rapazes, o que teve a pretendente morta e o que viu sua pretendente "desaparecer" sem aviso, fizeram tratamento em Amaralina, e o outro, no Uruguai. Os infortúnios ocorreram em espaços de oito meses a dois anos.


Na vida amorosa, ocorreu até uma situação surreal. Os três rapazes, que nunca se identificaram com o sensualismo grotesco do "pagodão" e das chamadas "periguetes" e nunca estabeleceram energias de atração desse universo, passaram a ser assediados por moças do tipo, em situações diferentes para cada um.

Para piorar as coisas, não se tratavam apenas de simples paqueras, de moças achando os rapazes bonitos e atraentes, o que, pelo menos, seria aceitável, mas elas os olhavam com a certeza absoluta que os conquistariam para o casamento. E olha que eles sempre reagiam com indiferença, mas elas sempre faziam assédio, chegando ao ponto de, no caso do rapaz que viu uma colega pretendente "sumir de repente", uma delas ficar gritando, assanhada: "Vem cá, gostoso!".

Isso era terrível, porque não havia atração por parte deles a esse padrão de vida. Eles até respeitavam, não tinham o repúdio elitista que se vê a esse meio, mas eles sempre consideravam que aquilo não era a "praia" deles, de maneira consciente e imparcial. Mas também nenhum deles tinha vontade de participar daquele meio, e ficavam constrangidos com as "novas pretendentes" que passaram a atrair, com as quais nenhuma afinidade pessoal eles tinham.

O rapaz que foi vítima de cyberbullying, perdeu tragicamente sua pretendente e nos enviou o e-mail (evidentemente, os três rapazes se abstiveram de dizer seus nomes, se limitando a dizer que moram na Região Metropolitana de Salvador) conversou com uma frequentadora do "centro" de Amaralina dizendo que estava sofrendo muito azar.

Essa frequentadora, no entanto, tentou fazer o rapaz crer que os infortúnios "provavam" que o tratamento espiritual estava "dando certo" e que o que ele está sofrendo é ação de "irmãozinhos incomodados" que não querem seu sucesso.

Contraditória, a senhora, ao saber que o rapaz passou a ser assediado por "periguetes" sem qualquer afinidade pessoal, aconselhou, com aparente bondade, para o rapaz pegar uma delas e estabelecer o diálogo, moldando a personalidade dela ao mostrar coisas boas e valores sublimes da vida. Ela tentou argumentar com palavras bonitas. O rapaz não concordou, mas também não quis responder, fingindo que aceitou o conselho.

Mas, no seu íntimo, quando voltava para casa, o rapaz refletiu consigo mesmo, mentalmente: "Como é que vou obrigar uma garota dessas a ser como eu quero? Ela tem suas crenças, suas convicções, seus hábitos! Eu teria que ensiná-la a falar, a pensar, a ouvir coisas diferentes! Isso é difícil! Eu nada tenho a ver com ela, não sei o que ela quis de mim! Não vou aceitá-la, até porque moldá-la ao sabor de minhas vontades não tem a menor graça, mesmo que ela se disponha a ceder para me agradar!".

Em tese, "centros espíritas" se situam em áreas de altos índices de criminalidade para estabelecer um trabalho assistencial e trazer energias positivas para esses lugares. No entanto, a prática revela o contrário e o que se vê, pela própria natureza deturpada, contraditória e irregular do "espiritismo" brasileiro, são os "centros" que acabam sendo depósitos de energias maléficas.

É como em hospitais psiquiátricos e mesmo em penitenciárias que, na teoria, são feitos para dar tratamento humanizado aos internos. Diante da incompetência, das debilidades e dos deslizes morais, tais instituições acabam sendo dominadas pelos internos, que pelo seu mau comportamento se tornam violentos e prepotentes, criando uma curiosa tirania vinda daqueles que deveriam ser tratados e se tornam tipo feras indomáveis.

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