sábado, 30 de julho de 2016

"Coxinhas" cancelam protestos de 31 de Julho. Orientação de "espíritos superiores"?

KIM KATAGUIRI, DO MOVIMENTO BRASIL LIVRE: "CRIANÇA-ÍNDIGO"?

A julgar pela entusiasmada classificação, pelo "movimento espírita" brasileiro, de que as passeatas de 13 de Março foram sinais de "despertar político", "libertação" e "intuição dos espíritos de luz" contra "tudo que está aí", o significado de "crianças-índigo", "cristais" ou "estrelas" não pode ser outro: COXINHAS.

Pois como explicará o "espiritismo" diante do cancelamento das históricas passeatas de 31 de Julho, que iriam inaugurar, para os olhos dos "espíritas", sempre confiantes na sua "boa palavra", a transição do Brasil de país problemático para "Coração do Mundo e Pátria do Evangelho"?

O "espiritismo" havia tomado o gosto da Era Michel Temer, já que diversos blogues do gênero haviam publicado, em série, textos pedindo aos sofredores aguentar dificuldades. "Abram mão de seus desejos", "não reclamem diante das dificuldades" e "bem-aventurados os perseguidos" são algumas das mensagens encontradas.

Isso coincide com a perspectiva de que o presidente interino, assim que se tornar efetivo - quando a pressão do empresariado, da mídia associada e de setores solidários do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público, influírem na votação final do impeachment de Dilma Rousseff pelo Senado - , impor um pacote de retrocessos político-econômicos que devolverão o Brasil a um estágio anterior à Era Vargas.

Daí a mensagem subliminar do "espiritismo" brasileiro, que, através desses recados pela "aceitação" e pela "perseverança", dentro dos valores da Teologia do Sofrimento que a doutrina brasileira não mais pode esconder, manifesta seu apoio entusiasmado a esse governo retrógrado, pelo qual seus palestrantes pedem "orações em favor" do presidente e "preces para ele trabalhar em prol do próximo".

São meros apelos igrejistas, que definem o caráter de uma religião que se autoproclama "ciência e filosofia", se autodefine como "futurista" e "racional" mas não consegue mais esconder sua herança dos valores medievais do Catolicismo português, que sempre estiveram nos corações dos "espíritas" desde os primórdios roustanguistas da FEB.

E aí, como explicarão os "espíritas" diante do cancelamento das passeatas anti-PT - as que exibiam as cores da bandeira brasileira que tanto encantaram os "espíritas" e inspiraram Robson Pinheiro a escrever um romance, O Partido: Projeto Criminoso de Poder - , que seriam comandadas justamente pelos grupos Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line (soa irônico os "espíritas" condenarem tanto a ideia de "revolta"), que desistiram do evento?

Sabe-se que o cancelamento, anunciado há alguns dias, teve como desculpas o fato de que a votação final do impeachment ocorrerá no final de agosto e que o período marca a volta dos jovens à escola, com o fim das férias previsto para o começo do referido mês.

E os "espíritas", o que dirão? Dirão que "espíritos traiçoeiros" iriam atrapalhar as passeatas, por isso os "espíritos benfeitores" iriam aconselhar a suspensão do evento. Explicar como os "amiguinhos pouco esclarecidos", eufemismo para os "espíritos obsessores", irão atrapalhar os eventos, é algo complicado, mas como o "espiritismo" veio para confundir e não para explicar, é compreensível.

Vamos ver como é que os "espíritas" sairão desta, eles que agora terão que assumir a herança católica medieval - em muitos momentos, seu catolicismo é ainda mais retrógrado do que o que a Igreja Católica desenvolve hoje - e, principalmente, a Teologia do Sofrimento, que se expressa claramente nos textos que são divulgados pelos próprios "espíritas".

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