sábado, 4 de junho de 2016
O preconceito dos empregadores
Empregadores, em nome da aparência, acabam caindo no prejuízo. Afinal, não há crise econômica que não faça um empregador poder ajudar e contratar aquela pessoa aparentemente esquisita e tímida mas que tem vocação ou talento para determinada função.
Boa parte dos índices de desemprego poderia ser resolvida abrindo mão da aparência. Não se quer dizer que se vá admitir um mendigo para emprego e aceitar que ele trabalhe com suas vestes sujas e fedorentas. Mas o que acontece no mercado de trabalho é algo que reflete muito mais o radicalismo preconceituoso e a ganância dos empregadores do que a falta de dinheiro.
Existe dinheiro circulando no Brasil. O problema é que as elites é que estão confiscando, escondendo fortunas para dizer que existe crise econômica, inventar que Dilma Rousseff deixou um rombo de R$ 170,5 bilhões para assustar os brasileiros.
Vale lembrar que esse rombo é, muito provavelmente, o dinheiro que, na verdade, foi o PMDB de Michel Temer, Jader Barbalho, Eduardo Paes, Geddel Vieira Lima e companhia, junto ao PSDB que leva uma "bolada" para os "paraísos fiscais" no exterior, que pegou dos brasileiros. Dinheiro que foi roubado usando como pano de fundo a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas.
O que existe é a concentração de renda. As elites, que "nossos misericordiosos espíritas" pedem para que não questionemos e só oremos em favor delas para Deus lhes dar uma "luz de caridade" nas almas gananciosas, é que estão nadando em dinheiro, junto com subcelebridades, dirigentes esportivos, empreiteiros e especuladores financeiros.
Não há, exatamente, uma crise estritamente econômica. A crise econômica é apenas um reflexo da ganância de uns poucos, da intolerância destes com os avanços sociais ocorridos, da cobrança exagerada de impostos ou aluguéis, da obsessão doentia pelo mercado. Mas é um reflexo de uma crise maior, de valores, de paradigmas em decadência que resistem a todo e qualquer preço.
A mania de aparências, por exemplo, que faz com que um farsante como Francisco Cândido Xavier seja endeusado só por personificar paradigmas religiosos, e criminalizar o ex-presidente Lula por estigmas que incomodam a tranquilidade elitista, faz também com que o mercado de trabalho rejeite justamente aqueles que poderiam fazer as empresas crescerem.
Por outro lado, aquele homem folgazão que conta piadas numa empresa, ou aquele bonitão que foi contratado só porque fala inglês, podem desenvolver esquemas de corrupção quando sua limitada competência não consegue mais gerar aumento de renda ou ascensão social de forma limpa e íntegra.
Em nome da boa imagem da empresa, se cai na cilada de contratar gente incompetente que, apenas na entrevista de emprego, demonstra desenvoltura, segurança, equilíbrio emocional e senso de humor, quando, na rotina do trabalho, demonstra defeitos graves e uma insegurança profissional perigosa.
Isso mostra o jogo das aparências que esconde verdadeiras armadilhas. As empresas deixam de contratar bons profissionais porque eles gaguejam ou tremem durante as entrevistas ou têm mais de 40 anos de idade, "velhos demais" para o aparato profissional das companhias.
Distorções como estas, no mercado de trabalho, poderiam ser resolvidas com um mínimo de jogo de cintura do empregador, com o fim do preconceito contra pessoas "mais velhas", "menos bonitas" e "menos extrovertidas", e, em vez de cobrar algum comportamento nas entrevistas de emprego, poderia empregá-lo e ensinar um trabalho. A experiência surge não pela coleção de anos, mas a partir do momento em que se dá oportunidade a alguém demonstrar um talento latente.
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