terça-feira, 10 de maio de 2016

"Fascinação" pelo "espiritismo" brasileiro é risco de subjugação

O MERCADO LITERÁRIO É UM EXEMPLO DE COMO INSTITUIÇÕES ESTÃO SUBJUGADAS À MISTIFICAÇÃO "ESPÍRITA".

Há um tipo de obsessão, analisado por Allan Kardec, chamado "fascinação". Nela a pessoa é tentada a seguir uma influência espiritual através do encanto, se submetendo, embora mantendo o próprio controle da consciência, aos mitos, dogmas e práticas feitas pelo espírito dominador, encarnado ou desencarnado.

As pessoas são seduzidas pelo "canto da sereia" de uma influência leviana, atraída pelas promessas de benefícios ou coisas lindas que essa influência nefasta apresenta, criando uma roupagem de algo "atraente" e "admirável". É como se manipulasse um adulto da forma como se manipula uma criança, criando um "mundo de cor e fantasia" ou então prometendo algum "presentinho" ou "aquele sorvete delicioso".

As pessoas não percebem isso e seguem um dos piores cacoetes observados no povo brasileiro, que é o de dar explicações pretensamente racionais para ideias irracionais ou concepções puramente subjetivistas. O cérebro a serviço do umbigo. E aí vemos os "espíritas" deslumbrados usando argumentos "objetivos" para suas convicções pessoais e crenças fantasiosas sobre seus ídolos.

O próprio "espiritismo" se reveste dessa roupagem. Se traveste de doutrina científico-filosófica para pregar igrejismo, moralismo retrógrado e misticismo esotérico. E isso faz com que seus seguidores sempre justifiquem suas convicções pessoais pelos argumentos supostamente objetivos.

E é isso que faz com que se permitam as contradições do "espiritismo" brasileiro. Aceita-se tudo comodamente porque as pessoas têm, em relação a essa doutrina, um sentimento de "fascinação" no sentido do tipo de obsessão que havia sido descrito por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, capítulo 23, item 239.

O caráter obsessivo se dá pelo fato de que se aceitam fantasias e deturpações em prol do apego à imagem religiosa de Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco, entre outros. A roupagem de "amor e caridade", perigo já advertido por Kardec, é um fator bastante observado nesses deslumbrados religiosos.

Não há investigação sobre as irregularidades "espíritas", aceita-se a deturpação da Doutrina Espírita como se o próprio Allan Kardec tivesse autorizado que empastelassem seu sistema de pensamentos, jogando o Conselho Universal do Ensino dos Espíritos no lixo, inutilizando o sacrifício árduo do pedagogo francês em prol de uns beatos festivos no Brasil.

Allan Kardec é traído o tempo todo pelos "espíritas" brasileiros. Inteiramente. É traído tanto pela declaração de pretenso respeito ao seu legado, quanto ao igrejismo ao mesmo tempo praticado e (no discurso) reprovado. Todos seguindo um igrejismo pretensamente fraternal, trocando C.U.E.E. por C.N.B.B., mas jurando de joelhos que é "absolutamente fiel" ao pedagogo francês.

E a sociedade brasileira aplaude, sem saber das armadilhas que se armam. Mas, também, só agora que as seitas neopentecostais estão sendo contestadas em larga escala, pelos movimentos sociais ou mesmo pelo poder midiático (a Rede Globo é rival da Rede Record), pois até uns dez anos atrás elas também eram consideradas intocáveis.

A desculpa toda tem como pretexto a "bondade". Virou clichê. "Eles erram, mas praticam caridade", é o que se ouve não só dos "espíritas" mas de alguns simpatizantes "laicos" e "ateus" (?!) de Chico Xavier e Divaldo Franco. Se apegam a clichês publicitários de caridade e bondade e dormem tranquilos porque os deturpadores traem Kardec mas são "bonzinhos".

INSTITUIÇÕES JÁ SÃO SUBJUGADOS AOS "ESPÍRITAS"

A imprensa, o meio jurídico, a classe acadêmica, quase todas as instituições que poderiam denunciar as irregularidades do "movimento espírita" e questionar até mesmo totens e ídolos estão subjugados a sua mística e seus mitos.


Diferente dos EUA, em que a engenhosa Cientologia - que apresenta caraterísticas comuns com o "movimento espírita", principalmente quanto aos aspectos moralistas e pelo misticismo pseudocientífico - é investigada e possuem documentários questionando a seita, o similar brasileiro apenas tem, quando muito, falsas investigações que só servem para legitimar suas práticas de valor ético duvidoso.

A imprensa apenas vai aos "centros espíritas" ver como funcionam as instituições "espíritas" na aparência, como atuam os ídolos "espíritas" e ninguém pergunta o que há nos bastidores. Ninguém fala em "leitura fria", que é a prática sutil de obter informações de parentes de mortos durante o "auxílio fraterno" como matéria-prima para pretensas psicografias.

A classe acadêmica faz monografias que, salvo poucas exceções, apenas descrevem atividades "espíritas" e apreciam teses adversas que apontam para irregularidades em Chico Xavier, por exemplo, apenas para dizer que "analisa" pontos polêmicos e no final legitima tudo o que se faz no "movimento espírita".

Até o mercado literário anda subjugado com o "espiritismo". Enquanto livros como O Enigma Chico Xavier Posto à Clara Luz do Dia, de Attila Paes Barreto, permanece no esquecimento, bobagens sobre Chico Xavier, Divaldo Franco, Bezerra de Menezes e romances "espíritas" da pior qualidade são livremente publicados.

A Justiça apenas tentou investigar irregularidades nas atividades "espíritas" e depois faz vista grossa. No caso de Humberto de Campos, se recusaram a aceitar o caso complexo do processo. E temos um "médium" tipo João de Deus, que se enriqueceu com a "caridade", é latifundiário e tudo, e a Justiça não mexe com ele, porque "faz caridade".

A "caridade" virou uma palavra que vai na contramão do "petismo". É como se "caridade" e "petismo" fossem antônimos. Cometer erros graves, praticar desonestidade, abusar de deturpação e explorar a boa-fé das pessoas com falsa mediunidade, mas se proteger da roupagem "espírita", ocorre de maneira impune, sob o pretexto da "caridade" e "bondade".

Já o "petismo", diferente de se admitir erros nos governos do Partido dos Trabalhadores, é tido cegamente como um "mal" em si, por mais que tenham medidas sociais positivas, permita a diminuição das desigualdades sociais etc.

A "bondade" só é oficialmente associada a "caridades" que "ajudam" sem interferir nas desigualdades sociais, diminuindo a miséria absoluta sem no entanto mexer com os privilégios abusivos das elites dominantes. Se ela mexe, é "guerrilha", é "baderna", é "atitude condenável".

Não se pode redistribuir renda. Isso é que está em jogo na sociedade. E mesmo setores de esquerda não conseguem perceber os malefícios que o "movimento espírita" faz quando defende a Teologia do Sofrimento católica e aposta num modelo de "caridade" que não mexe nas estruturas de poder e privilégio que influem nos grandes quadros de pobreza da humanidade.

Daí que há também essa subjugação. Setores esquerdistas se esquecem que pessoas como Chico Xavier e Divaldo Franco sempre foram extremamente conservadores, católicos à moda antiga, e também são seduzidos pela imagem de "filantropos" a eles associadas.

Ignoram que os locais "protegidos" pelos dois "médiuns", a cidade mineira de Uberaba, onde Chico viveu o resto de seus dias, e o bairro de Pau da Lima, em Salvador, estão entre os locais com maiores índices de violência, em níveis bastante preocupantes.

Se os dois realmente tivessem feito algo relevante em sua "filantropia", essa violência nada teria acontecido. É inútil falar em desprezo de ensinamentos cristãos, falta de religião, deixar de ouvir os "líderes espíritas" etc, porque tanto Chico e Divaldo são muito famosos e prestigiados nesses lugares.

Esses aspectos ninguém diz. As pessoas estão "fascinadas" (no sentido de obsessão) por Chico Xavier e Divaldo Franco. As instituições já estão subjugadas, porque ninguém investiga as irregularidades "espíritas" e existe uma subjugação, uma submissão à mística e à mítica "espírita".

Isso é grave, porque se aceita a desonestidade doutrinária sob a desculpa da "bondade". Na prática, se faz com que a "bondade" seja cúmplice da mentira e da fraude, e a "caridade" a sua serva ou colaboradora. O maior medo é quando as pessoas, "fascinadas" com a mítica "espírita", passem a se subjugarem tal como as instituições.

Jesus de Nazaré ficaria envergonhado com tudo isso, porque ele foi um dos que mais combateu a hipocrisia, mesmo sob a capa da religião e do pretexto da "bondade". Allan Kardec, nem se fala, ele que é o maior prejudicado disso tudo, o maior bajulado e o maior traído, vendo que hoje o que se conhece como Espiritismo está nas mãos impunes dos inimigos internos que são vistos como "bondosos".

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