A cada tempo estamos identificando fraudes em supostas psicografias "espíritas", pelo simples fato de que os estilos dos "autores espirituais" não corresponderem aos estilos deixados em vida. Uma simples leitura é fácil de constatar as fraudes, o que causa choque nos "espíritas", ainda mais que as supostas psicografias são, em tese, destinadas ao "pão dos pobres".
Já escrevemos a respeito do livro Getúlio Vargas em Dois Mundos, tendencioso livro escrito pela suposta médium Wanda A. Canutti, já falecida, e cabe praticamente comparar um trecho do livro com uma obra do escritor português Eça de Queiroz, um dos maiores da língua portuguesa.
A comparação mostra que nada do estilo ágil e bem escrito do autor português, tendenciosamente enquadrado numa suposta psicografia que ainda usa o nome de Getúlio Vargas como personagem de sua narrativa, como se a obra pudesse se promover com dois nomes ilustres (o escritor e o ex-presidente), e segue aquela linha das "cidades espirituais" tipo Nosso Lar, algo bastante duvidoso.
Observando bem os textos, nota-se que a narrativa do "espírito Eça de Queiroz" é muito pachorrenta, cheia de delongas, cansativa e entediante, e a obra se perde em divagações "teóricas" e apelos igrejistas, sem a natural movimentação das obras do autor português. Portanto, constata-se que realmente Eça não escreveu esse livro.
Além do mais, o "Getúlio Vargas" do livro nem de longe apresenta um sotaque gaúcho - assim como Eça nem parece lusitano - , mais parecendo um personagem à semelhança do "André Luiz" de Nosso Lar, um agonizante qualquer nota que, como espírito, vira um interno de uma "colônia espiritual", cuja concepção não seria bem vista por Allan Kardec.
Convidamos as pessoas a ler com atenção as duas passagens, uma do livro "espiritual", que aqui aparece primeiro, e depois um trecho da obra O Primo Basílio, de 1878, um dos clássicos da literatura portuguesa e da língua portuguesa em geral.
A disparidade é chocante e, com certeza, não é a desculpa do "pão dos pobres" e das "mensagens de amor" que as aberrantes diferenças serão ignoradas. Convém ler com atenção sem se prender a paixões religiosas.
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DEPARTAMENTO DOS RECUPERADOS
Wanda A. Canutti - Do livro Getúlio Vargas em Dois Mundos - atribuído ao "espírito Eça de Queiroz"
Ao deixar Getúlio, só, no parque, Irmão Fulgêncio dirigiu-se à sala do Mentor Maior daquela instituição — Irmão Fabrício. Localizava-se numa parte da Colônia, por onde não haviam passado, quando da visita. Era um lugar mais privativo, e passeios, por ali, não eram permitidos.
Ao entrar, Irmão Fabrício, muito solícito, querendo informações, perguntou-lhe:
— Então, como está Getúlio? Como se saiu em sua visita, hoje?
—Muito bem!
—Atingiu o objetivo primeiro que desejávamos?
—Sim! Ao levá-lo à sala onde programou a sua reencarnação, induzi-o a que fosse se recordando de que lá já estivera e trabalhara no seu plano.
—Isto é ótimo! Apoiado em suas próprias reminiscências, poderá trabalhar a análise de seus atos e chegar às conclusões necessárias.
—Compreendo o seu objetivo, irmão!
—Sei que o compreende, pois estando conosco há tanto tempo, sabe do que necessitamos!
—É verdade! Se lhe disséssemos, mesmo que visse através da aparelhagem, o plano realizado, não acreditaria ter sido preparado por ele. Mas, como o fizemos, terá toda a capacidade de se analisar, partindo do que reconhece, elaborado por si próprio! E agora? Disse-lhe que talvez hoje mesmo pudesse ser transferido. Como faremos?
—Diante do que me revelou, não há mais necessidade de que permaneça na enfermaria! Pode transferi-lo para o Departamento de Recuperados! Lá estará mais ativo e trabalhará em si mesmo.
—Compreendo!
—Pode ir agora, e levar-lhe a notícia! Chame o irmão auxiliar daquele departamento para lhe preparar o local, e, em seguida, que ele mesmo vá encontrá-lo e levá-lo!
—Está bem! Havia me afeiçoado a ele, após tanto tempo de convivência, e vou sentir a sua falta.
—É muito natural que isso ocorra, mas aqui não estamos isolados um do outro! Separam-se os departamentos, mas o irmão pode transitar por todos, e visitá-lo, ou até encontrá-lo no parque, desde que não atrapalhe o seu trabalho, nem a atividade que ele terá que realizar!
—Sei disso... e nada faria para prejudicar o meu trabalho, nem o dele, pois não é para isso que aqui estamos!
—É isto mesmo que eu quero ouvir! Pode ir e leve-lhe a notícia, porém, ele deve aguardar o irmão que irá buscá-lo!
Irmão Fulgêncio cumpriu as recomendações e, em seguida, foi ao encontro de Getúlio, encontrando-o ainda no parque, caminhando, cabisbaixo, as mãos unidas às costas.
—Que bom vê-lo novamente! E então? — perguntou-lhe Getúlio.
—Já terminei a entrevista que mantive com Irmão Fabrício, o nosso Mentor, e a sua mudança já está autorizada!
—O senhor continuará comigo?
—Não, a minha atividade continua a ser na enfermaria e o irmão passa para o Departamento dos Recuperados! Outro chefe o auxiliará, assim como também os irmãos auxiliares que lá trabalham.
Estará bem amparado, e a orientação necessária lhe será dada agora, por outro dirigente.
—Vou sentir a sua falta!
—Eu também sentirei, que me acostumei à sua presença, mas se permanecer sempre na enfermaria, não fará a recuperação total, como tem que ser agora! No departamento para onde irá, estão aqueles que se refizeram do muito que trouxeram da Terra, impregnado nos seus perispíritos, para poderem, agora, partir para as atividades necessárias à plenitude do Espírito, compreende?
—Quando lá estiver em atividade, tentarei compreender melhor! Quando irei?
—Hoje mesmo! Pode voltar ao leito, que um irmão auxiliar daquele departamento, irá buscá-lo!
— E eu não o verei mais?
— Sim, nos veremos quando for permitido, até poderemos nos encontrar fortuitamente no parque!
—Se isso é uma despedida, irmão...
—...não é uma despedida!
—É uma despedida, sim, pois vou sair da enfermaria e de seus cuidados, embora ainda continuemos aqui! Quero agradecer tudo o que foi feito por mim, até agora, as palavras de compreensão e carinho que sempre me dispensaram, a par de todo o tratamento que realizaram. O irmão sabe em que condições cheguei, e ainda nem sei há quanto tempo! Agora estou recuperado e bem melhor, com a consciência de quem fui, e isso devo a todos da enfermaria, e, principalmente ao senhor!
—Não nos agradeça! Aqui estamos para realizar o nosso trabalho, aliviando um pouco do sofrimento que os irmãos trazem, mas trabalhamos com amor e com grande dedicação. É o nosso dever!
Agradeça, sim, e sempre, a Jesus, que permitiu, fosse trazido! Agradeça ainda pelo que recebeu, pelo seu equilíbrio! É só a Ele que deve o seu agradecimento!
—Eu o faço em minhas orações, que agora oro sempre, como recomendou-me, Darci! Lembra-se? —Então o irmão está no caminho certo! Procure sempre manter a sua ligação mental com Jesus, pois é Ele que nos transmite a força, a coragem, e as possibilidades de que necessitamos! Pois bem, agora devemos entrar e aguardar o auxiliar que o levará!
—Vamos, então!
Logo após, o irmão auxiliar do departamento para o qual Getúlio seria transferido chegou, e ele foi levado.
No novo departamento, entraram num imenso salão, onde cada interno tinha um compartimento separado, à semelhança de box, reservando-se, assim, a privacidade de cada um, mas, ao mesmo tempo, todos congregados num só ideal — o de completar, de outra forma, o que lhes restava, a fim de que, não só a recuperação espiritual e perispiritual se fizesse, mas também que tivesse consciência para poder avaliar a encarnação passada na Terra.
De nada adianta ao Espírito passar pelo orbe terrestre e retornar, se não analisar a sua existência. Da análise é que vamos concluir onde erramos, o que fizemos indevidamente, para nos corrigirmos numa próxima oportunidade, ou sentirmo-nos estimulados, quando da realização de atos nobres,
para novamente praticá-los, e, até com mais freqüência, fazendo deles o objetivo primeiro e único da nossa passagem pela Terra.
Quando todos compreenderem que essa passagem é a oportunidade maior que um Espírito tem de ressarcir passados vivenciados de forma negativa, a Terra terá cumprido a sua missão diante do Pai.
Estará transformada, porque os atos escusos foram substituídos por outros nobres, e será um local de felicidade. Mas para que isso ocorra, deverá haver o esforço de cada um, em aprimorar-se cada vez mais! — É do conhecimento que vem a convicção de que a reforma íntima é necessária, como também, a vontade de viver de modo o mais nobre e correto possível, não só para si, mas ajudando o reerguimento dos outros.
Tudo isso, naquele departamento se faria! A conscientização dos atos passados, com a oportunidade de reconhecer as próprias faltas. Contudo, para atingir esse fim, era necessário, em primeiro lugar, que tivessem ciência do que eles próprios organizaram para si, em planificação de objetivos, nessa mesma Colônia, ou em outras, pois teriam condições de visualizá-los, através de aparelhagem adequada.
No primeiro momento em que chegou, tudo lhe era desconhecido! Alguns irmãos repousavam, outros estudavam, e alguns compartimentos achavam-se vazios. Não sabia se seus ocupantes se encontravam em atividade fora dali, ou se estavam vagos. Nada perguntou, apenas obedecia!
Indicaram-lhe o seu local, no qual ele penetrou e pôde ver um leito, com uma pequena mesinha de cabeceira e, ao lado, uma cadeira. Nada mais! Tudo muito simples, tudo muito em ordem, exalando um aroma agradável, suave, mas desconhecido.
Ali ficou, sem saber o que fazer, de início, mas logo chegou uma senhora, de aspecto sereno e bondoso, de meia-idade, que lhe disse:
— Seja bem-vindo a este departamento! É o irmão Getúlio, não?
— Sim, sou eu!
— Já o aguardava! Fui avisada de que hoje seria transferido para cá. Quero que se sinta à vontade!
Terá a oportunidade de fazer muitas amizades! O salão está repleto! Há muitos companheiros com quem poderá conversar, trocar idéias! Pode agora consultar a nossa Biblioteca, já sabe onde fica, não?
— Sim, irmã! Mas quando em visita à Colônia, não chegamos até esta parte, e, talvez não acerte!
— É muito fácil, porém, quando quiser ir, um irmão auxiliar o levará! Quero lhe dizer que supervisiono este departamento, e o irmão terá em mim uma amiga à disposição, para o que desejar!
Se necessidade tiver, não se acanhe e fale comigo, sempre terá uma orientação, um esclarecimento, sobre o que nos for permitido dizer. Por hoje não terá atividade alguma, pode fazer o que desejar, mas amanhã cedo, iniciará a outra parte de seu tratamento, aquela que já sabe, irá realizar. Amanhã, um irmão o levará até onde deverá começar essa nova atividade!
—O que farei, irmã?
—Começará a tomar conhecimento do plano que realizou para a sua última encarnação; isto já lhe foi explicado, não se lembra?
—Lembro-me, sim!
—Terá acesso a tudo o que preparou, para, a partir daí, começar a analisar os dois planos — objetivos e realizações — conjuntamente!
—Eu estarei sozinho? Sinto-me um tanto assustado!
—Não tenha receios, não estará sozinho! Todos aqui são amigos solícitos e bondosos, e o tratarão com muito amor, como o que lhe dispensaram até agora.
—Obrigado, irmã! Aguardarei até amanhã, não sei se ansioso ou temeroso!
—Ore a Deus que Ele o tranqüilizará, e, até amanhã! Se sentir qualquer necessidade, pode procurar-me!
Chamo-me Cíntia!
—Mais uma vez, muito obrigado, Irmã Cíntia!
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CAPÍTULO IV (Fragmento)
Eça de Queiroz - O Primo Brasílio
Pelas três horas da tarde, Juliana entrou na cozinha e atirou-se para uma cadeira, derreada. Não se tinha nas pernas de debilidade! Desde as duas horas que andava a arrumar a sala! Estava um chiqueiro. O peralta na véspera até deixara cinza de tabaco por cima das mesas! A negra é que as pagava. E que calor! Era de derreter! Uf!
— O caldinho há de estar pronto, hem! — disse, adocicando a voz. — Tira-mo, Sra. Joana, faz favor?
— Vossemecê hoje está com outra cara — notou a cozinheira.
— Ai! Sinto-me outra, Sra. Joana! Pois olhe que adormeci com dia, já luzia o dia!
— E eu! — Tinha tido cada sonho! Credo! Uma avantesma cor de fogo a passear-lhe por cima do corpo, e cada pancada na boca do estômago, como quem pisava uvas num lagar!
— Enfartamento — disse sentenciosamente Juliana, e repetiu:
— Pois eu sinto-me outra. Há meses que me não sinto tão bem!
Sorri com os seus dentes amarelados. O caldo que Joana deitava na malga branca com um vapor cheiroso, cheio de hortaliça dava-lhe uma alegria gulosa. Estendeu os pés, recostou-se, feliz, na boa sensação da tarde quente e luminosa, entrando largamente pelas duas janelas abertas.
O sol retirara-se da varanda, e sobre a pedra, em vasos de barro, plantas pobres encolhiam a sua folhagem chupada do calor; sobre uma tábua a um canto, numa velha panela bojuda, verdejava um pé de salsa muito tratado; o gato dormia sobre um esteirão; esfregões secavam numa corda; e para além alargava-se o azul vivo como um metal candente, as árvores dos quintais tinham tons ardentes do sol, os telhados pardos com as suas vegetações esguias coziam no calor e pedaços de paredes caiadas despediam uma rebrilhação dura.
— Está de apetite, Sra. Joana, está de apetite! — dizia Juliana, remexendo o caldo devagarinho, com gula. A cozinheira de pé, com os braços cruzados sobre o seu peito abundante, regozijava-se:
— O que se quer é que esteja a gosto.
— Está a preceito.
Sorriam, contentes da intimidade, das boas palavras. — E a campainha da porta que já tinha tocado, tornou a tilintar discretamente.
Juliana não se mexeu. Bafos de aragem quente entravam; ouvia-se ferver a panela no fogão, e fora o martelar incessante da forja; às vezes o arrulhar triste de duas rolas que viviam na varanda, numa gaiola de vime, punha na tarde abrasada uma sensação de suavidade.
A campainha retilintou, sacudida com impaciência.
— Com a cabeça, burro! — disse Juliana.
Riram. Joana fora sentar-se à janela, numa cadeira baixa; estendia os seus grossos pés, calçados de chinelas de ourelo; coçava-se devagarinho, no sovaco, toda repousada.
A campainha retiniu violentamente.
— Fora, besta! — rosnou Juliana, muito tranqüila.
Mas a voz irritada de Luísa chamou debaixo:
— Juliana!
— Que nem uma pessoa pode tomar a sustância sossegada! Raio de casa! Irra!
— Juliana! — gritou Luísa.
A cozinheira voltou-se, já assustada:
— A senhora zanga-se, Sra. Juliana.
— Que a leve o diabo!
Limpou os beiços gordurosos ao avental, desceu furiosa.
— Você não ouve, mulher? Estão a bater há uma hora!
Juliana arregalou os olhos espantada; Luísa tinha vestido um roupão novo de fular cor de castanho, com pintinhas amarelas!
— "Temos novidade! Temo-la grossa!" — pensou Juliana pelo corredor.
A campainha repicava. E no patamar, vestido de claro, com uma rosa ao peito, um embrulho debaixo do braço, estava o "sujeito do negócio das minas!"
— Aquele sujeito de ontem! — veio dizer, toda pasmada.
— Mande entrar...
— "Viva!" — pensou.
Galgou a escada da cozinha, disse logo da porta, com a voz aguda de júbilo:
— Está cá o peralta de ontem! Está cá outra vez! Traz um embrulho! Que lhe parece, Sra. Joana? Que lhe parece?
— Visitas... — disse a cozinheira.
Juliana teve um risinho seco. Sentou-se, acabou o seu caldo, à pressa.
Joana indiferente cantarolava pela cozinha, o arrulhar das rolas continuava langoroso e débil.
— Pois, senhores, isto vai rico! — disse Juliana.
Esteve um momento a limpar os dentes com a língua, o olhar fixo, refletindo. Sacudiu o avental, e desceu ao quarto de Luísa; o seu olhar esquadrinhador avistou logo sobre o toucador as chaves esquecidas da despensa; podia subir, beber um trago de bom vinho, engolir dois ladrilhos de marmelada... Mas possuía-a uma curiosidade urgente, e, em bicos de pés, foi agachar-se à porta que dava para a sala, espreitou. O reposteiro estava corrido por dentro; podia apenas sentir a voz grossa e jovial do sujeito. Foi de volta, pelo corredor, à outra porta, ao pé da escada; pôs o olho à fechadura, colou o ouvido à frincha. O reposteiro dentro estava também cerrado.
— "Os diabos calafetaram-se!" — pensou.
Pareceu-lhe que se arrastava uma cadeira, depois que se fechava uma vidraça. Os olhos faiscavam-lhe. Uma risada de Luísa sobressaiu; em seguida um silêncio; e as vozes
recomeçaram num tom sereno e contínuo. De repente o sujeito ergueu a fala, e entre as palavras que dizia, de pé decerto, passeando, Juliana ouviu claramente: "Tu, foste tu!"
— Oh, que bêbeda!
Um tilintlim tímido da campainha, ao lado, assustou-a. Foi abrir. Era Sebastião muito vermelho do sol, com as botas cheias de pó.
— Está? — perguntou, limpando a testa suada.
— Está com uma visita, Sr. Sebastião!
E cerrando a porta sobre si, mas baixo:
— Um rapaz novo que já cá esteve ontem, um janota! Quer que vá dizer?
— Não, não, obrigado, adeus.
Desceu discretamente. Juliana voltou logo a encostar-se à porta, a orelha contra a madeira, as mãos atrás das costas; mas a conversação, sem saliência de vozes; tinha um rumor tranqüilo e indistinto. Subiu à cozinha.
— Tratam-se por tu! — exclamou. — Tratam-se por tu, Sra. Joana! E muito excitada:
— Isto vai à vela! Cáspite! Assim é que eu gosto delas!
O sujeito saiu às cinco horas. Juliana, apenas sentiu abrir-se a porta, veio a correr; viu Luísa no patamar, debruçada no corrimão, dizendo para baixo, com muita intimidade:
— Bem, não falto. Adeus.
Ficou então tomada de uma curiosidade que a alterava como uma febre. Toda a tarde, na sala de jantar, no quarto, esquadrinhou Luísa com olhares de lado. Mas Luísa, com um roupão de linho mais velho, parecia serena, muito indiferente.
— "Que sonsa!"
Aquela naturalidade despertava a sua bisbilhotice.
— "Eu hei de te apanhar, desavergonhada!" — calculava.
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