EDUARDO CUNHA E EDUARDO PAES - Xarás e afins.
Mais um episódio veio à tona para manchar o PMDB carioca e desmascarar a ala fluminense do partido, já famosa pelo autoritarismo e pelo desrespeito às leis, deixando o Estado do Rio de Janeiro numa situação vexaminosa, com um acúmulo de tragédias e gafes acima de níveis aceitáveis para uma unidade federativa tida como referência de modernidade e progresso para o país.
Desta vez, é o secretário executivo de Coordenação de Governo da Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho, cotado para suceder Eduardo Paes na administração municipal da outrora Cidade Maravilhosa, que vira notícia pelas denúncias de que ele teria agredido a ex-mulher, Alessandra Mendes Marcondes.
Como é de praxe, Pedro Paulo seguiu a cartilha dos políticos do PMDB carioca e seus técnicos associados, de Alexandre Sansão a Eduardo Cunha: dar desculpas. Pedro tentou usar frases de efeito para justificar seus erros: "Quem é que não exagera numa briga?", "Qualquer casal tem brigas".
A única coisa que o PMDB carioca sabe fazer é dar desculpas.
Se uma medida é arbitrária, seus responsáveis tentam dar justificativas de ordem técnica. Se é prejudicial ao povo, eles dizem que é necessário fazer sacrifícios. Se eles são acusados de burlar as leis, alegam que a lei está no seu lado. Se eles erram, dizem que "ninguém está isento de erros". E por aí vai.
No calor dos conflitos da Zona Norte e da Zona Sul, com as aristocracias pregando uma ação higienista para barrar suburbanos do acesso às praias da Zona Sul, mas também barrar pessoas trabalhadoras da Zona Norte que atuam na Zona Sul de pegarem um transporte direto e, portanto, mais rápido, o secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, impôs a redução de percursos de linhas que ligam as duas regiões e veio com uma série de desculpas.
Em primeiro lugar, Rafael - da família aliada do deputado Eduardo Cunha, aquele das "pautas-bombas" - mentiu quando disse que apenas 20% dos cariocas terá que usar baldeação. Segundo, ele tentou alegar que as mudanças que fizeram, por exemplo, linhas tradicionais como 415 Usina / Leblon, 455 Méier / Copacabana e 484 Olaria / Copacabana reduzirem seu percurso para a Candelária, no Centro, foram feitas para "racionalizar" o sistema.
O mais grave é que Rafael Picciani, que demonstra não ter qualquer vivência de ônibus (ele é um jovem rico que usa seu próprio carrão), vendo o sistema "de fora", disse que tais mudanças iriam "otimizar" o transporte, melhorar o trânsito (com menos ônibus e MUITO MAIS carros?) e que "facilitariam" a mobilidade urbana.
Como assim "facilitar"? Mobilidade urbana que obriga as pessoas a andarem mais, a pegar mais de um ônibus e que dificulta, com a pintura padronizada, as pessoas de identificarem com rapidez a emresa de ônibus que vão pegar?
As autoridades do PMDB carioca - orientação que, no entanto, contagiam até o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, um petista com "QI de PMDB" conhecido pejorativamente como "chinelo do Pezão" (em alusão ao governador fluminense) - tentam argumentar de toda forma. São arrumadores de desculpas. Tentam minimizar suas falhas graves e fazer crer que são capazes de grandes realizações, que estudam propostas, que agem em benefício da população e nada fazem de essencial para isso.
Se eles derrubaram o Viaduto da Perimetral, numa iniciativa bastante controversa mas benéfica - a ponte "escondia" a Av. Rodrigues Alves e seu entorno, fazendo a área se tornar perigosa até de dia - , foi porque eles tiveram que realizar uma dívida antiga, já que a ponte foi resultante de um projeto urbanístico desastrado, que piorou quando o fluxo de veículos tornou-se ainda maior.
Fora isso, nem mesmo a Praia de Rocha Miranda do Parque Madureira pode ser considerada como benéfica, porque é uma "concessão" às necessidades de lazer da população suburbana que, no entanto, revela um caráter tendencioso, apenas para apaziguar a revolta do povo da Zona Norte que perdeu o acesso direto por ônibus para a Zona Sul e Barra da Tijuca, sendo obrigada a pegar mais de um ônibus e pagar mais de uma tarifa.
Só que a "maravilhosa praia", cuja inauguração contou com um oportunista Eduardo Paes tomando banho de "chuveirão" com os suburbanos, não é mais do que uma pequena piscina com areia, um pequeno balneário que não tem a imponência natural das praias cariocas, mas também não compensa em extensão e opções de lazer. É apenas um paliativo que nada resolve, até porque faltam hotéis, lojas e outras opções à altura do que se tem em Copacabana, Ipanema e Leblon. Até atrações musicais de ponta dificilmente tocariam no Parque Madureira. Rolling Stones? João Gilberto? Nem sonhando!
Até mesmo lojas de discos como a Satisfaction, localizada na Rua Francisco Sá, não existem em Madureira. Deveria haver uma loja do gênero, com vendedores que conhecessem música e vendessem discos de MPB autêntica, rock autêntico e jazz, priorizando nomes não comerciais e sem apelar para o patrocínio ridículo da canastrona Rádio Cidade, já que o patrocínio de rádios pseudo-roqueiras em muitos casos "queima" a imagem das lojas especializadas entre o público.
O PMDB carioca é todo Eduardo Cunha. Se Eduardo Cunha deixar a presidência da Câmara dos Deputados, ele continuará no Rio de Janeiro. Eduardo Cunha continhará sendo Eduardo Cunha através de Eduardo Paes, Sérgio Cabral Filho, Luiz Fernando Pezão, Alexandre Sansão, Carlos Roberto Osório, José Mariano Beltrame, Rodrigo Neves, Pedro Paulo Carvalho, Rafael Picciani e seu pai, Jorge Picciani, e irmão, Leonardo Picciani. Todos eles são Eduardo Cunha.
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