segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Chico Xavier é como um bombeiro que chega após o incêndio ter causado estragos


Infelizmente, o Brasil tem como uma das maiores manias o sentimentalismo e a pieguice que faz as pessoas encararem as coisas com fantasias e deslumbramento, sem terem discernimento necessário para analisar as coisas como realmente são.

Fala-se de Francisco Cândido Xavier como se ele pudesse ser a síntese de todas as qualidades positivas dos brasileiros. Tentam creditá-lo até como "cientista", pasmem. E ele ainda é visto por muitos como "o maior filósofo do país", quando a última coisa que ele seria capaz de fazer era Filosofia.

Paciência. O Brasil não atingiu estágios conquistados pelos países europeus, mais antigos. E já vive uma crise semelhante a da Grécia, embora sob contextos bastante diferentes. E se a Grécia tornou-se vulnerável a seu colapso social, político e econômico, não bastasse sua cultura não corresponder hoje a 1% do que era na Antiguidade Clássica, o Brasil então é ainda mais frágil.

Aqui a cultura popular foi privatizada por um bando de jagunços urbanos que determinam o "mau gosto" que as classes pobres serão obrigadas a consumir. Bota-se uma grande soma de dinheiro para empurrar qualquer idiota para fazer sucesso, ele faz, entra em cartaz em todo veículo de mídia e depois vem um etnólogo (ou etilólogo) dizer que seu sucesso é fruto da "vontade popular".

E isso torna o país fácil para qualquer mistificação. Vai a mídia lançar qualquer besteira e ela se propaga. Vão os etnólogos e jornalistas culturais "assinar embaixo" de tudo isso. E aí, pronto, qualquer mentira pode se tornar sucesso com o esforço de mídia e acadêmicos e tudo se consagra.

E aí Chico Xavier entra como o "cavaleiro da esperança" tido como "progressista" e "transformador". Ele, que defendeu a ditadura e pregava um moralismo conservador, de aceitar todo tipo de sofrimento sem reclamar, talvez até sem gemer, sufocando nossas emoções, mesmo as instintivas. Ele, que pregava a oração em silêncio em vez da mobilização, era no entanto tido como "ativista".

Todo tipo de contradições virou um atraente malabarismo discursivo para promover a suposta superioridade de Chico Xavier, às custas da ingenuidade das pessoas. E ele, visto como consolador, só "socorria" depois do "leite derramado", era como um bombeiro que chega depois que o incêndio fez os seus estragos.

A má energia do "espiritismo", que faz com que pessoas sofram infortúnios e tragédias vindas do nada, faz com que essa ilusão aconteça. Chico Xavier "nunca chega" antes da tragédia ocorrida, e há quem fique feliz por ele ser um mero enxugador de lágrimas.

Se fosse num enterro de alguém que morreu por erro médico e o doutor que atendeu essa pessoa vai para o velório consolar a família e supor que a alma do falecido "está bem", as pessoas não iriam gostar, chamariam o médico de oportunista, porque ele havia provocado a morte de alguém.

Mas sendo o "médico" Chico Xavier, cuja doutrina que deturpa o legado de Allan Kardec traz más energias pela sua própria natureza mistificadora e fraudadora, que vem "consolar" as pessoas depois de infortúnios e tragédias, depois do prejuízo já feito, todo mundo gosta.

Chico Xavier poderia fazer das suas que todo mundo acaba aceitando ele. Se apropriar de pessoas mortas, cometer pastiches e fraudes, promover moralismo retrógrado, fazer tantos erros e sair imune e impune a tudo isso. E ainda por cima "chegar" depois da tragédia ocorrida. Quem é que precisa de um "consolador" que só chega depois do "leite derramado"? Só os ingênuos, é claro!

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