sexta-feira, 15 de maio de 2015
"Espiritismo" despreza a vida material
O "espiritismo" despreza a vida material. Sua ideologia e sua pregação moralista fazem com que a vida material seja vista não como uma etapa de aprendizado, mas como um suplício, uma condenação. Essa visão moralista é herança do Catolicismo medieval e traz muitos problemas para quem recorre a essa religião.
A "criminalização" da vida material acaba criando condições vibratórias ruins, às quais as pessoas que têm muito o que fazer na Terra tendem a viver pouco e as que nada têm vivem muito e levando seu "ócio existencial" para a velhice, tornando sua encarnação inútil.
É certo que, por outro lado, existem acidentes e incidentes na vida que ceifam a vida de qualquer um, independente de religião. São condições baseadas em adversidades e infortúnios diversos. Mas, no caso do "espiritismo", os incidentes trágicos são consequentes em muitos casos do azar que seguidores ou simpatizantes sofrem, e que seriam facilmente evitáveis.
A própria pregação moralista do "espiritismo", seu caráter punitivo, uma espécie de Taylorismo religioso ou uma "Terceirização da fé" que transforma o ser vivente não em alguém pronto para contribuir para o progresso da humanidade, mas em um infeliz a aguentar qualquer tipo de barbaridade e suplício sob o pretexto de "obter progresso moral" na encarnação.
Como no Taylorismo, o cidadão "espírita" é sujeito a todo tipo de sofrimento e limitações bastante severas. Um exemplo é quando pessoas de notabilíssima inteligência não conseguem de forma alguma obter emprego, nem com rezas e, quando fazem tratamento espiritual, não só perdem até as oportunidades de arrumar um bom trabalho como ainda arrumam inimigos em um incidente qualquer.
As pessoas mais evoluídas acabam sendo as mais condenadas. Ou sucumbem a sofrimentos e limitações severas, ou sua vida é abreviada por uma tragédia casual. Mas quando as pessoas possuem um caráter ainda grosseiro e cruel, o "espiritismo" adota uma postura diferente.
Pessoas que cometeram crimes ou atos desonestos, ou que contribuem para o retrocesso da humanidade, acabam ganhando a "sorte grande" e passam a ter um prazo de até 95 anos para fazer o que quiserem, na melhor das hipóteses transformando sua inutilidade em exemplo de sucesso para novas gerações.
"ESPÍRITAS" SÓ VEEM O AMANHÃ. E O HOJE?
É muito fácil os "espíritas" desprezarem a vida material presente e acharem que tudo é punição e infortúnio. Alguns até tentam dizer que "nem sempre é assim" e que "não estamos aqui para sofrer", embora, contraditoriamente, exaltam um Chico Xavier que faz apologia ao sofrimento, como se ser espírita fosse sinônimo de ser masoquista.
Segundo eles, a vida material não tem importância. Parece que todos somos uns zumbis que comemos, alimentamos e fazemos algo pela nossa sobrevivência. Sendo assim, a impressão que se tem é que o "espiritismo" brasileiro ainda está preso na pré-história, achando que só estamos aqui para comer e beber algo e sobrevivermos para sofrermos qualquer coisa.
Eles imaginam que, na vida futura, todos poderão fazer aquilo que não puderam fazer na encarnação presente. Isso é uma grande ilusão. A própria vida terrena nos traz uma amostra disso, quando a distância do tempo faz com que as mudanças sejam bastante drásticas.
O "espiritismo" é contraditório. É materialista mas despreza a vida material. Se diz espiritualista mas despreza as missões do espírito numa encarnação. E seus líderes não têm noção que, embora exista a reencarnação, cada encarnação é única em planos de vida e atividades.
Se uma pessoa faz uma coisa na vida e, de repente, morre, digamos, aos 30 anos de idade, as oportunidades dela fazer a mesma coisa aos 30 anos na próxima encarnação - provavelmente a partir de um prazo de 40 anos - se tornam praticamente nulas, porque muita coisa muda, e em muitos anos há mais mudanças ainda.
O "espiritismo" só pensa em "superar o egoísmo" e resolver "conflitos", mas nunca em estimular a criatividade, o senso crítico, o raciocínio investigativo, a expressão do prazer. Ele se limita a ver a missão de evolução humana aos aspectos moralistas e religiosos, como se a vida fosse uma coisa "qualquer nota" e a irritabilidade e a agressividade possam ser eliminadas por si só.
Só que muitas das irritações e agressões existentes possuem raízes. Os problemas existem suas origens e razões, mas o "espiritismo" só se lembra de aspectos morais genéricos. A doutrina não pensa a individualidade humana, porque criminaliza o prazer, condena o raciocínio crítico, e acaba vibrando mal contra pessoas criativas, independentes e arrojadas.
Enquanto isso, pessoas que cometem homicídios, por exemplo, arrastam suas vidas até os 85, 90 anos, apenas pelo único esforço de fazer seus nomes e suas condições materiais terem boa reputação, sendo "bonzinhos" aos olhos da Terra, como se não tivessem que enfrentar os efeitos de seus atos malignos.
Talvez estes tivessem até maior mérito de falecerem cedo, antes de inspirar ou cometer novos crimes, antes de vitimar sem necessidade mais pessoas e fazendo com que suas condições materiais - nomes, posses, status - se perdessem antes que significassem alguma associação leviana à imagem de sucesso e prestígio pessoal.
Mas pessoas que cometem esses crimes ou outros referentes à corrupção, ou então que contribuem para todo tipo de retrocesso social, acabam sendo premiados porque o "espiritismo" vê em todos eles agentes de "reajustes espirituais" ou "resgates morais", desculpas que os "espíritas" usam para as pessoas sofrerem demais e aguentarem qualquer coisa ruim.
O "espiritismo" brasileiro desconhece que a Natureza determina para as pessoas um prazo de 80, 90 anos de vida, para realizar coisas em prol de algum progresso social. Prefere ver pessoas que se esforçam por melhorias morrendo o mais cedo possível e outras que perdem tempo com nulidades ou ruindades vivendo longamente, tornando inútil ou nociva a encarnação.
Para o "espiritismo", a vida material não tem valor, apesar de, contraditoriamente, avaliar as coisas de forma materialista (como acreditar, por exemplo, que na "pátria espiritual", haverá um hospital com o tamanho de um shopping center). O único valor da vida terrena é o da punição da vontade humana, com base naquela ideia muito difundida de "quanto pior, melhor".
O "espiritismo" vê as coisas apenas pela perspectiva da religião, e prefere apostar no futuro, reduto do incerto e do duvidoso, para a resolução dos problemas da humanidade. São permitidos os piores suplícios, até acima das capacidades dos sofredores de aguentar qualquer coisa, em prol de uma "vida futura" que não se sabe como será. Acreditar dessa forma é um grande erro.
Enquanto isso, essa doutrina deixa de trazer respostas e soluções coerentes para a vida presente. E quem se apoia nessa crença é obrigada apenas a sofrer "com amor e resignação", não se sabe até quando, sempre adiando qualquer esperança de melhoria.
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