quarta-feira, 15 de abril de 2015
"Espiritismo" e seu "ideal" de relações de trabalho
Sabemos que o "movimento espírita" é uma "indústria do sofrimento". Os tratamentos espirituais acabam mais prejudicando do que beneficiando seus pacientes, e estes, buscando melhorias e soluções para seus problemas, acabam, depois de tais terapias, atraindo mais encrencas e infortúnios, além de não terem resolvido os problemas que foram o motivo de tais "ajudas".
Isso tem a ver com o próprio moralismo severo do "espiritismo". Ele se baseia em valores próprios do Catolicismo medieval. E desenvolvem seus dogmas morais com base sempre numa perspectiva policialesca e punitiva, que só poupa os submissos e os espíritos corruptos ou endurecidos.
No mercado de trabalho, o "espiritismo" da FEB e dissidentes parece estar de mãos dadas com o capitalismo. Sempre desejam o que há de pior para as classes trabalhadoras e imaginam que a missão do trabalhador é tão somente ganhar dinheiro e aguentar todo tipo de "tranco".
Se a pessoa tem alguma personalidade diferenciada e dotada de um significativo grau de evolução, é de praxe o "espiritismo" brasileiro condená-la a todo tipo de sofrimento, de acordo com seu receituário severo e sádico que tantas dores causam aos homens realmente de bem.
No trabalho, o cidadão terá que enfrentar um patrão menos inteligente, mais grosseiro e mais corrupto do que ele para cumprir seu trabalho. Ou, se isso não for o caso, terá que sofrer bullying de algum colega de trabalho mais atrevido e menos talentoso, mas com esperteza suficiente para passar por cima de qualquer cilada.
Salários de fome, trabalhos arriscados, trajetos perigosos entre a casa e o ambiente profissional, entre outras enrascadas. A pessoa que quer se evoluir e tem algum ideal de trabalho não tem oportunidade de exercer seu potencial e sua inteligência, tendo que suportar a prova da subserviência e da baixa qualidade de vida.
Para todo o efeito, o infeliz terá que admitir que foi um "romano" que explorou alguém em algum período da Idade Média. O medievalismo constantino dos "espíritas" - que, cinicamente, dizem ser "contra" os abusos do Catolicismo medieval - faz com que se suponham sentenças pesadas para justificar o sofrimento pesado que certas pessoas têm que encarar.
As melhores oportunidades profissionais escapam das mãos do pobre coitado cheio de ideias e projetos que poderiam fazer do emprego algo mais do que um salariozinho medíocre. Frequentar doutrinárias e fazer tratamentos espirituais acabam prejudicando seu futuro e transformando-o num reles assalariado sem importância.
Aí os "espíritas" argumentam que faltou fé, jogo de cintura, iniciativa e outros esforços do pobre rapaz. Só que ele sofreu azar. Ele fez a parte dele, mas teria talvez que dar murro em ponta de faca para ter que conquistar parcialmente os projetos profissionais que ele quer.
Houve o caso de um internauta, formado em Jornalismo em Salvador, que reclamou do fato de que sua falta de sorte só o impelia a trabalhar na Rádio Metrópole, do "coronel" midiático baiano Mário Kertèsz, que montou a rádio com o dinheiro que acumulou de um esquema de corrupção, quando era prefeito da capital baiana.
Cheio de ideias e projetos, o pobre jornalista só poderia trabalhar em rádio corrupta, ganhar salário na forma de dinheiro sujo, podre, enquanto outras oportunidades profissionais melhores e mais íntegras lhe escapavam das mãos, como os concursos públicos os quais ele nunca conseguia ser aprovado, por mais que estudasse e assinalasse com atenção as respostas das provas.
As chances "fáceis" de emprego eram sempre ciladas: editora "espírita" que não pagava salário e só dava o dinheiro de almoço. Jornal de cidade da Chapada Diamantina com rotina opressiva de horário. Não havia carga horária fixa, o trabalho era quase o dia todo, o salário era miserável e as estradas para ir de uma cidade a outra eram esburacadas, com altíssimo risco de trágico acidente de carro.
Havia também o jornal comunitário em fase de implantação num bairro barra-pesada do Subúrbio Ferroviário, em que o editor preveniu o aspirante que tinha sérias desavenças com "lideranças locais" e que por isso precisava do apoio do jovem para realizar o seu trabalho.
Empregos sem a menor segurança, com patrões com diversos problemas, sem remuneração digna e sem oportunidade de realização pessoal. Só salário, e olhe lá. Mesmo que seja para pagar somente o almoço. E depois o "espiritismo" se julga "espiritualista", quando seu materialismo salta aos olhos ao não dar oportunidade para as pessoas realizarem seus ideais, apenas limitadas a "viver como podem".
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