quinta-feira, 19 de março de 2015

"Espiritismo" faz pais esperarem ou exigirem demais dos filhos


O "espiritismo" brasileiro acaba criando problemas para a família, principalmente para os filhos. Os jovens tornam-se sobrecarregados, quando não são os sofredores nem as vítimas de tragédias, o que faz o "espiritismo" simbolicamente preferir o "velho" ao "novo".

Com suas palestras intermináveis sobre a instituição Família, a qual o "espiritismo" brasileiro vê como instituição pétrea que atravessa o limite das encarnações - mesmo quando espíritos mudam de clãs e relações de parentesco a cada reencarnação, mas sempre com as mesmas famílias cumprindo as mesmas missões parentais - , os filhos são os que mais sofrem com esse fardo.

Em muitos casos, os pais "espíritas" criam expectativas demais para os filhos. Eles ao mesmo tempo esperam mil virtudes e uma personalidade superpoderosa, enquanto fazem mil cobranças a eles. Às vezes os filhos são super-heróis, noutras são os subordinados familiares capazes de aguentar qualquer tranco.

Os filhos, na imaginação dos pais, são capazes de projetos e ideais acima do comum, mas em tese pouco inclinados a chorarem na ocasião do sofrimento. São os superfilhos dotados de muita inteligência, disposição para assumir tarefas sobrecarregadas e preparados para aguentar decepções sem derramar uma lágrima.

Muitos pais exigem dos filhos compromissos para serem assumidos como se pudesse fazer em um dia o que se faz em uma semana. Não percebem que filhos têm suas próprias ocupações, seus próprios projetos, que a sobrecarga pode se tornar prejudicial, que não há tempo para fazer tudo de uma só vez.

Em outros casos, os pais também acreditam demais na resistência emocional dos filhos que dificilmente conseguem compreender quando, por exemplo, um filho nerd sofre uma desilusão amorosa séria e fica deprimido e chorando.

Os pais veem os filhos como super-heróis e, quando os perdem em tragédias prematuras, acabam desnorteados e, tomados pela saudade imensa, vulneráveis à esperteza de supostos médiuns que criam mensagens apócrifas com suas próprias caligrafias e atribuem as mensagens aos nomes dos mortos de ocasião.

Isso é ruim. O "espiritismo" faz os pais se tornarem exigentes, sonhadores, inseguros e angustiados. Acaba não dando a paz necessária das famílias, estruturas sociais transitórias que se transformam permanentemente, algo que os "espíritas" não costumam aceitar nem admitir de bom grado. Para eles, famílias são apenas instituições fixas das quais esperam poucas e inócuas mudanças.

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