terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Analisando a suposta assinatura de Stéfani Posser Simeoni

FOTO DE STÉFANI POSSER SIMEONI, UMA DAS VITIMAS DO INCÊNDIO NA BOATE KISS.

Já foi escrito da estranheza da assinatura atribuída à jovem Stéfani Posser Simeoni, uma das pessoas que morreram no incêndio ocorrido na boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, que expressou hesitação quando seu prenome, rasurado, foi reescrito, criando dúvidas quanto à veracidade da mensagem "mediúnica" atribuída à moça.

O estranhamento é reforçado pela combinação de uma série de detalhes que, observadas com cautela e muita atenção, e ligadas entre si, criam um contexto que indica uma forte probabilidade de fraude na mensagem, incluída no livro Nossa Nova Caminhada, ingenuamente financiado pelos alguns familiares da vítima da tragédia, uma das maiores ocorridas no Sul do Brasil.

Levando em conta o depoimento da mãe, que afirmou que a mensagem da filha era "tranquilizadora", considera-se que o espírito de Stéfani teria estado tranquilo quando divulgou a mensagem. E, se estava tranquilo, como é que o espírito iria hesitar escrevendo o prenome errado, rasurando e depois reescrevendo, atos típicos de pessoa nervosa?

Para explicar aos leitores a irregularidade que sugere uma fraude, um garrancho cometido pelo suposto médium, criamos uma simulação com as ilustrações abaixo sobre as etapas da escrita da assinatura atribuída a Stéfani.

Antes de mais nada, embora o G1 não tenha informado se a suposta mensagem de Stéfani tivesse sido enviada por Carlos A. Bacceli, em Uberaba, é possível que tenha sido, uma vez que ela, ao morrer, era namorada de Guilherme Pontes Gonçalves, de 19 anos, também morto na tragédia. Ainda não temos o referido livro para descrever tais detalhes.


Assinalamos com um círculo em vermelho o trecho problemático, quando o prenome Stéfani é escrito errado, destacando aqui o trecho que foi rasurado na "tranquila assinatura" feita como se fosse de alguém com muito nervosismo.

Esse nervosismo não pode ser atribuído a um "descontrole" do médium nem à ansiedade do espírito. Isso seria um absurdo, até porque se supõe, se a mensagem espiritual fosse verídica, que ela tivesse se dado dentro de uma situação de muito equilíbrio por parte do "canal" comunicativo, o médium, e o emissor da mensagem, o espírito, ambos tomados de muita serenidade.

Ora, serenidade e boas energias não iriam trazer nervosismo, e mesmo a ansiedade não é pretexto para que tal irregularidade seja cometida, ainda mais diante da alta responsabilidade que se supõe o espírito desencarnado possuir diante de tamanha mensagem.

Por isso, vamos reconstituir, através dessa montagem didática, como teria sido o erro presente na suposta assinatura, a partir das quatro ilustrações abaixo, para que se entenda melhor a provável fraude presente na assinatura atribuída à falecida Stéfani.


Nessa primeira assinatura, nota-se que a tentativa de escrever o prenome Stéfani é traída quando, por descuido, se escreve "Sp" em vez de "St", algo que não seria admissível acontecer com a "tranquila" Stéfani, pois ela não seria capaz de tamanho descapricho.


Nessa segunda ilustração, nota-se que o reparo tentou ser feito, escrevendo "téfani" em cima do "Sp", na tentativa de correção do erro, mas o resultado gerou uma palavra rasurada que revela uma assinatura insegura e nervosa.


A pessoa que redigiu essa assinatura entendeu que apagar o nome rasurado iria custar tempo, no caso de usar uma borracha comum, além de estragar o papel e apresentar o trabalho todo feio. Passar o corretivo também iria comprometer o trabalho. Então, entendeu-se que o nome rasurado poderia ser mantido, enquanto o prenome fosse reescrito embaixo, ainda que com um "s" meio tremido.


Agora, o resultado final, apresentado em primeira mão pela reportagem do portal G1, que tem o prenome rasurado e o nome completo embaixo, com o prenome reescrito. O que traz dúvidas quanto à veracidade da autoria espiritual de Stéfani.

Falta observarmos a assinatura que Stéfani havia deixado em vida, que não conseguimos ver, a tempo da edição deste texto, uma carta que a jovem teria escrito antes de morrer. Mesmo assim, o material aqui apresentado já é suficiente para questionarmos a veracidade da mensagem, com as irregularidades demonstradas pela mesma na assinatura.

Torna-se duvidoso que uma tranquila Stéfani, à qual se atribui a mensagem que seus familiares consideram "serena" e "comovente", tenha problemas em escrever as duas iniciais de seu prenome, redigindo "Sp" em vez de "St".

Stéfani tinha 18 anos quando morreu, mas tinha plena consciência em sua vida precocemente interrompida de que não deveria rasurar assinatura em situações de maior responsabilidade. Numa idade em que pessoas assinam RGs, CPFs, títulos eleitorais e inscrição para concursos públicos ou seleções para faculdades, ela sabia que tinha que assinar de maneira firme e segura.

Também é estranho admitir veracidade justificando um "nervosismo" do médium ou a comoção da jovem, ou algum conflito de sintonia entre médium e espírito, porque tais coisas seriam incabíveis num momento em que se supõe haver boas vibrações e uma perfeita sintonia energética para uma mensagem que os familiares acreditavam ser equilibrada e tranquilizadora.

Portanto, tudo indica que a mensagem é fraudulenta, que Stéfani não redigiu a referida mensagem, porque a hipótese de veracidade de sua autoria esbarra em uma série de contradições que afrontam gravemente um aparente contexto de equilíbrio e serenidade que muitos acreditam ter havido durante a elaboração desta mensagem. Portanto, Stéfani não redigiu a referida carta.

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