sábado, 27 de setembro de 2014

Até que ponto Jean-Baptiste Roustaing foi querido pelos espiritólicos?

LACUNA FEITA EM LIVRO DE GÉLIO LACERDA, DIANTE DA INEXISTÊNCIA DE FOTOS OU IMAGENS CONHECIDAS DE JEAN-BAPTISTE ROUSTAING.

O livro Conscientização Espírita, de Gélio Lacerda da Silva, líder espírita paulista, revela os bastidores do roustanguismo brasileiro, descrevendo a obsessão da Federação "Espírita" Brasileira com o misticismo religioso de Os Quatro Evangelhos de Jean-Baptiste Roustaing, em detrimento da Doutrina Espírita de Allan Kardec.

A obra descreve vários momentos desse caso, mas não adiantamos ainda informações porque estamos ainda no começo da leitura desse livro, em cópia em arquivo PDF, mas sabe-se que, numa pesquisa superficial, que o roustanguismo em dado momento foi largado pelas lideranças espiritólicas.

Diante de tantos impasses causados pelos dois pontos incômodos da doutrina roustanguista, como o Jesus "fluídico" - gerado por uma Maria "virgem" e desprovido de corpo físico - , a reencarnação de humanos em animais irracionais, vegetais, insetos, vermes e micróbios e a possibilidade de falência do espírito em detrimento da lei de progresso espiritual, Roustaing causou incômodo e polêmica.

Cabe investigarmos, e ainda vamos ver quais os subsídios que o livro de Gélio Lacerda oferece neste sentido, até que ponto Jean-Baptiste Roustaing, que havia levado preferência pelos "espíritas" brasileiros, foi em dado momento descartado e descartado em prol de uma aparente fidelidade a Allan Kardec.

É certo que Chico Xavier, durante muito tempo, era seguidor de Roustaing, até por sua crença por um Jesus "nem Deus nem homem" trazido pelos livros do advogado desafeto de Kardec. E por que Roustaing, de repente, tornou-se um tabu no "movimento espírita", é algo que cabe discutirmos, debatermos e relatarmos.

Afinal, nessa pesquisa superficial do livro, o problema não se resolve apenas pela ruptura de líderes "espíritas" a Roustaing ou a aparente fidelidade deles para Allan Kardec. Até porque cabe averiguarmos que "Allan Kardec" eles queriam seguir, já que tudo indica que eles preferem o estereótipo religioso do professor francês.

A mudança da adoração apaixonada para a envergonhada repulsa a Roustaing é um dos problemas em torno do "espiritismo" brasileiro porque a sua aparente superação não tirou desta doutrina os aspectos religiosos descritos em Os Quatro Evangelhos, e de uma forma ou de outra suas ideias religiosas haviam sido reaproveitadas e adaptadas para um contexto "kardecista".

Sabe-se, portanto, que o roustanguismo foi podado para se transformar num kardecismo de fachada, e seletivamente se aproveitava as ideias de Roustaing sem evocar a sua pessoa, assim como se evocava Allan Kardec sem aproveitar suas lições.

Esse "meio-termo" tendencioso é que conduz o "espiritismo" na atualidade, não resolvendo totalmente o antigo problema do roustanguismo "superado", mas criando outros problemas que mostram que a prometida e alardeada fidelidade a Allan Kardec não foi essencialmente cumprida.

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