sábado, 19 de abril de 2014

Constantino, o imperador que tentou reinventar Jesus


O "pai" do Catolicismo, a religião que veio a deturpar a imagem de Jesus, foi um imperador romano, Constantino, que havia nascido na cidade de Naisso, hoje integrante da Sérvia e, curiosamente, reduto de música country no país europeu, em 272 d.C, e faleceu na Nicomédia (atual cidade turca de Izmit), aos 65 anos, em 337 d.C.

Batizado Flavius Valerius Aurelius Constantinus, ele havia sido um militar romano que havia feito diversas guerras, derrotando francos, alamanos (povo precursor do alemão), visigodos (ancestrais de portugueses e espanhóis) e os sármatas (ancestrais dos iranianos) e conquistando o título de Augusto (ou "Augustus", o mais alto da hierarquia político-militar do Império Romano).

Ele foi morador de Bizâncio, antiga colônia grega do Império Romano do Oriente que Constantino denominou de Nova Roma e, depois, seus partidários rebatizaram de Constantinopla, em sua homenagem e, atualmente, corresponde à cidade de Istambul, maior cidade da Turquia e importante pólo turístico, tecnológico e acadêmico desse país.

Era ligado ao imperador Maximiano, que chegou a ser seu sogro, mas como este queria receber de volta o título de Augusto, Constantino rompeu com Maximiano e entrou em guerra contra ele, derrotando-o e, prendendo este, ordenou o seu enforcamento.

Quando era ligado ao sogro, Constantino, que era de uma família nobre, acreditava-se protegido de Hércules, mas depois passou a crer no Deus Sol Invicto. A adoração influiu no cunho da imagem nas moedas de seu reino.

Mais tarde, depois de derrotar o cunhado Magêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 312, Constantino atribuiu a vitória à influência do que acreditava ser o Deus cristão. Ele teria sonhado com uma cruz, na véspera da batalha, e nela havia a inscrição em latim "In hoc signo vinces" ("Sob este símbolo vencerás").

Ele teria parcialmente se convertido ao Cristianismo por influência da mãe Helena. Há dúvidas se a conversão foi total ou se ela realmente aconteceu - a Enciclopédia Hídria, por exemplo, afirma que Constantino nunca foi cristão - , mas, ao fundar o "cristianismo romano", que se tornou a crença de vários imperadores, introduziu nele valores próprios das elites políticas e militares da época.

Com isso, Constantino, que teria também inventado um "cristograma", um símbolo com um X e P sobrepostos, com base nas duas primeiras letras da tradução grega do nome Cristo, teria lançado as bases da Igreja Católica, através da conversão da filosofia de Jesus na igreja oficial do Império Romano.

Portanto, tornou-se uma apropriação do antigo carisma que Jesus deixou na posteridade. O mesmo Jesus crucificado pela ordem do Império Romano. A partir de uma elaboração de conceitos e princípios por um grupo de padres, a origem do Catolicismo se deu na Patrística, que estabeleceu os primeiros valores hoje conhecidos da religião católica e já previa o combate às heresias e ao paganismo.

Constantino, assim, foi o imperador que tentou reinventar Jesus, deixando de lado toda a essência do mestre judeu e transformando-o numa figura mais agradável para as elites políticas romanas, introduzindo nele valores até mesmo bélicos. O Jesus original foi apagado da memória da humanidade, ao ser substituído por um estereótipo militaresco, sisudo, lacônico, paternalista, moralista e servil.

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