quarta-feira, 2 de abril de 2014

Chico Xavier se dizia "intelectual falido"


Uma das declarações mais famosas do anti-médium Chico Xavier, dadas no programa Pinga Fogo da TV Tupi, em 1971, foi de que teria sido a reencarnação de um "intelectual falido". Alternando franqueza lúcida em uns momentos com pretensiosismo em outros, Chico sempre deu a impressão de tantar se eximir da culpa dos erros associados ao "espiritismo" feito no Brasil.

Mas Chico errou tanto quanto os dirigentes da Federação "Espírita" Brasileira, e não são as "palavras de amor" que vão resolver esse problema. E se ele havia sido um intelectual falido, isso não o exime de responsabilidades enormes sobretudo quando se recusou a reagir com firmeza ao processo de deturpação da Doutrina Espírita.

Em primeiro lugar, devemos admitir que Chico Xavier nunca foi um espírita de verdade. Ele era apenas um católico dotado de dons mediúnicos, que nem sempre eram aproveitados nas atividades atribuídas a tais habilidades.

Isso porque em vários momentos Chico, com seus inúmeros compromissos de popstar do Espiritolicismo, dificilmente teria psicografado rigorosamente todos os livros atribuídos à sua autoria, e vários deles indicam plágios grosseiros dos quais se suspeita não passarem de copidescagem ou imitação de estilo.

Nesse caso, situam-se mesmo livros considerados "importantes", como Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, recomendado pelo estatuto da FEB, e Parnaso de Além-Túmulo, cuja obra poética foi duramente contestada e desmascarada pelos mais renomados estudiosos da literatura brasileira.

Chico lia muitos livros, e poderia ter aproveitado sua capacidade intelectual. A decadência da vida precedente marcada por grande talento intelectual não é desculpa para o indivíduo regressar quase como um "ignorante", "ingênuo" ou, em outros casos, como um "pateta".

Se o talento intelectual faliu numa encarnação, a lógica é que, se esse talento continua na encarnação posterior, o indivíduo deva retomar o seu aproveitamento, apenas melhorando as intenções e os métodos utilizados para aperfeiçoar seus dons.

É como na vida profissional. Um indivíduo sabe trabalhar e arruma um bom emprego. Mas ele se envaidece, faz um mau trabalho e comete até desonestidade. Aí ele morre e retorna à vida material em condições físicas suficientes para exercer o mesmo trabalho. Se ele se considera "falido", não significa que ele não deva se passar por inválido ou mesmo como um assumido preguiçoso.

Quem trabalhou mal, deve depois trabalhar melhor. Reassumir a tarefa e corrigir os erros, aproveitando as mesmas faculdades mentais possíveis. E isso Chico não fez, em que pese a obsessão pelos textos escritos, porque ele simplesmente deixou que a Doutrina Espírita sucumbisse a grotescas deturpações. E em muitos momentos deu apoio a tudo isso.

Por isso, quem sofreu a falência intelectual foi o Espiritismo como um todo. O "espiritismo à brasileira" cresceu, com suas deturpações imensas, protegidas pelas tais "palavras de amor". E Chico, como o maior astro do espetáculo, fez propagar ainda mais isso, dando exemplo para outros, como Divaldo Franco, José Medrado e outros. E aí, deu no que deu. Prejuízo, muito prejuízo.

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