quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ainda sobre a provável fraude de Divaldo Franco


São muito fortes os indícios de fraude cometida pelo anti-médium Divaldo Franco quando supostamente "incorpora" o espírito do Dr. Bezerra de Menezes, não bastasse as irregularidades observadas na mensagem, como a de que, tido como "superior" e desapegado às dores da matéria, Bezerra "aparece" sempre falando como um idoso no seu leito de morte.

Sem qualquer pausa que indicasse a mudança de pessoa, Divaldo segue sua palestra mudando o timbre, como uma única pessoa faz quando muda o tom de sua voz. Divaldo faz o seu discurso, no clímax de sua oratória, com sua voz habitual e, de repente, dá continuidade às frases com a voz alterada, com a fala rouca e trêmula de um idoso agonizante.

Sim, o Dr. Bezerra sempre "aparece" assim. O orador enérgico como todo parlamentar que discursava no Legislativo do Segundo Império, de fala firme e forte, mesmo mais de 100 anos depois de falecido e, dito "superior", supostamente se livrado das impressões dolorosas da matéria perecida, sempre "volta" com a voz e os trejeitos de um idoso em leito de morte.

Se essa suposta aparição, se realmente existiu, já causa problemas uma vez que o "Dr. Bezerra" tão despojado de suas impressões materiais estaria ainda preso às sensações da velhice enferma, a probabilidade de que sua "aparição" seria uma farsa traz um fator ainda muito grave.

Não tem lógica o fato de que Divaldo e Bezerra estariam se interagindo por conta de uma "única energia de paz", daí a "voz unificada". Não faz sentido algum. Duas pessoas não alternariam falas rigorosamente como se fossem uma. Isso é impossível.

Em Divaldo, o que se observa é que não são duas pessoas - no caso o próprio Divaldo e o suposto espírito de Bezerra - que difundem uma mensagem, mas uma única pessoa que muda o tom de voz para se passar por outra pessoa.

É como num espetáculo de comédia em pé (stand up comedy). O comediante conta uma história, e de repente comenta uma situação vivida no cotidiano, e aí ele, para citar uma fala de uma dona-de-casa que conversou com ele, ele então faz um falsete e aí sai uma voz afetada imitando uma mulher.

Mas, pelo jeito, o espetáculo de Divaldo não é cômico. É trágico. É um provável - e muitíssimo provável - processo de fraude, de charlatanismo, que requer uma investigação séria de cientistas e jornalistas.

Infelizmente (para os espiritólicos, é claro), é muito pouco provável que o que se vê nos vídeos abaixo seja realmente o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. Até porque este, provavelmente, já deve ter se reencarnado mais de uma vez. O "espiritismo" brasileiro criou fraudes e deturpações que deveriam, em vez de trazer orgulho e admiração, vergonha e desprezo.

A coisa é muito mais grave até do que alguém com um mínimo de compreensão possa admitir.

 

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