segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Não existe data marcada para a evolução da humanidade


Dotado de um pedantismo falsamente profético, o Espiritolicismo tem o cacoete de estabelecer datas prévias para a evolução da humanidade, da transformação do mundo em um estágio de maior progresso moral e social.

Isso vem tanto de parte de Chico Xavier quanto de Divaldo Franco ou algum outro oportunista que surgir com alguma datinha na cabeça. Divaldo Franco, por exemplo, estabeleceu o ano de 2052 para a suposta entrada de uma fase de regeneração, que os espiritólicos entendem como um estágio de quase perfeição.

Em primeiro lugar, não se marca data para a evolução da humanidade. Há progressos ou retrocessos independente de anos, décadas, séculos ou eras. O livre arbítrio das pessoas é que define se ocorre um progresso ou não, se é capaz de dar fim a uma era ou iniciar outra ou simplesmente de fazer melhorar ou piorar as coisas. Tudo depende das pessoas e seus atos.

Em segundo lugar, a sociedade é tão complexa que não há previsão de que haverá algum estágio de progresso humano. Há impasses, conflitos de interesses, tensões diversas e, de repente, um fato novo pode causar novas tensões. Tudo é imprevisível, diante do decorrer das coisas, das novidades, dos interesses diversos, dos benefícios de uns e prejuízos de outros.

O que pode haver é a união de pessoas para mobilizar para derrubar ou não contextos de ordem social, político e cultural nocivos. Mas isso é uma questão de vontades, interesses, coragens ou covardias, medos ou raivas, cautelas ou imprudências, de uniões ou dissoluções, de prepotências ou impotências, dos agentes sociais envolvidos.

Tudo é uma questão de ordem coletiva, da união de diversos livres arbítrios em prol de alguma causa. Mas tudo é complexo e imprevisível, que soa arriscado apostar em uma data prévia, em alguma informação segura sobre quando atingiremos algum estágio evolutivo.

Portanto, o Espiritolicismo, esse "espiritismo" brasileiro cheio de vícios e erros graves, cometeu mais um equívoco, na ânsia sensacionalista de querer impressionar as pessoas. Maus profetas, os espiritólicos usam a boa-fé das pessoas para fazerem falsas previsões, através de todo um discurso hábil feito para seduzir facilmente as plateias incautas.

Concluindo. Não acredite nessas bobagens. Vamos trabalhar, superar nossos egoísmos, lutar contra injustiças sociais, perceber os problemas dos outros em volta e lutarmos para uma sociedade mais justa e equilibrada. Sem nos preocuparmos com datas marcadas. Se depender da nossa vontade e de nossas condições, o progresso da humanidade pode ser agora mesmo. É só querer.

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